Uma das raízes de Arde Fero arreiga fundo nos trabalhos artesanais, a falta de dinheiro para comprar instrumentos nunca foi um obstáculo, pelo contrário foi um incentivo à construção de instrumentos próprios, muito rudes por sinal, mas com sons únicos e emersos de identidade.
Em boa verdade a musicalidade da sabedoria do povo (Folk Lore), está na inspiração de tudo aquilo que está (ou não) ao alcance, mesmo nos tempos mais difíceis. Na falta de instrumentos, muitas das nossas musicas eram acompanhadas por percussão de instrumentos de trabalho, sacholas, ancinhos, machadas, tudo servia para acompanhar o canto. Os mais habilidosos iam nas horas vagas fazendo os seus próprios instrumentos, flautas, tambores e tudo mais que a habilidade e a imaginação alcançasse, tomava forma para a foliada. Uma coisa é certa, a tradição oral (cantada ou não) subsistiu, quer acompanhada por instrumentos requintados quer acompanhada por instrumentos da "laboura"... pelo que mais uma vez vos digo Haja Vontade!
Seguindo a ramada do faça você mesmo, muitos dos instrumentos musicais que se fazem ouvir em Arde Fero, são de construção própria, responsáveis pelo folgo único da sonoridade de cariz arcaico regional.
Afastado desde algum tempo para cá das lides artesãs, lá se encontrou tempo para a construção de mais um instrumento para o espólio de Arde Fero.
Eis o Reco Reco, desta feita com a cabeça de um reichelo.
O Reco-Reco ou Reque-Reque, apresenta pelo Minho variadas formas e feitios, sendo um idiofone fricativo toma função na tocata, como marcador de ritmo através da fricção com uma cana rachada.
Não raras as vezes o Reco-Reco é o estandarte do grupo a que pertence...
E Siga a Rusga!
Não raras as vezes o Reco-Reco é o estandarte do grupo a que pertence...
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