Eis a Antela da Cruz Vermelha, exemplo da "tolerância" cristista na sua demanda secular de monopolizar o culto, profanando com as suas sementeiras de cruzes e afins, locais que nos são no devido sentido do termo sagrados.
Ergue-se aqui a fronteira entre o que a igreja dita e quer e o que o povo entende e faz. Pelo Minho fora a cristianização fez-se pela interpretação do povo em conjuga com a sua herança e memória que remonta aos inícios dos tempos.
Fica assim a interrogação do porquê desta cruz ser vermelha (?), cor maldita e mui pouco apreciada pela santa madre igreja.
A envolvente da Antela da Cruz Veremelha é mágica, com enormes fraguedos que assumem formas e mutações consoante a incidência do raiar solar.
A sacra e cristalina divindade faz-se sentir aqui ainda...
Cai a noite como uma chispa e os seus encantos pousam sobre este lugar altaneiro, chega contudo a hora do regresso. Pelo caminho os garranos espreitam quem lá vem pelo trilho iluminado ainda pelo crepúsculo, os dias são curtos e o regresso não irá poupar uma descida sem luz pela serra abaixo até ao bosque a caminho do vale do Lima... abençoados somos quando por trás da serra, ergue-se a luz pujante da primeira lua cheia deste Inverno, os caminhos são agora novamente iluminados.
Sem comentários:
Enviar um comentário