Eis a Antela da Cruz Vermelha, exemplo da "tolerância" cristista na sua demanda secular de monopolizar o culto, profanando com as suas sementeiras de cruzes e afins, locais que nos são no devido sentido do termo sagrados.
Ergue-se aqui a fronteira entre o que a igreja dita e quer e o que o povo entende e faz. Pelo Minho fora a cristianização fez-se pela interpretação do povo em conjuga com a sua herança e memória que remonta aos inícios dos tempos.
Fica assim a interrogação do porquê desta cruz ser vermelha (?), cor maldita e mui pouco apreciada pela santa madre igreja.
A envolvente da Antela da Cruz Veremelha é mágica, com enormes fraguedos que assumem formas e mutações consoante a incidência do raiar solar.
A sacra e cristalina divindade faz-se sentir aqui ainda...
Cai a noite como uma chispa e os seus encantos pousam sobre este lugar altaneiro, chega contudo a hora do regresso. Pelo caminho os garranos espreitam quem lá vem pelo trilho iluminado ainda pelo crepúsculo, os dias são curtos e o regresso não irá poupar uma descida sem luz pela serra abaixo até ao bosque a caminho do vale do Lima... abençoados somos quando por trás da serra, ergue-se a luz pujante da primeira lua cheia deste Inverno, os caminhos são agora novamente iluminados.
sábado, 29 de dezembro de 2012
sábado, 15 de dezembro de 2012
sexta-feira, 9 de novembro de 2012
Cogumelo Ametista
quarta-feira, 31 de outubro de 2012
sábado, 22 de setembro de 2012
Rabel
Já la vão cerca de 4 anos quando deitei mãos à construção
deste rabel.
Fica ainda para registo futuro o tocador de rabel, representado numa das cornijas da Senhora da Orada em Melgaço.
Em boa verdade, aquando da sua construção, apenas tinha uma ideia daquilo que haveria de ser construido, pelo que se talhou a madeira sem seguir qualquer tipo de plano ou modelo.
Seguir o instinto e a imaginação leva-nos a isto, a criação
de objectos unicos sem igual, que pelas suas particularidades contribuem com a
sua essencia individual para uma unica força colectiva que é a musica.
È por certo um dos meus instrumetnos de eleição e serviu de
base para a primeira tocata sob o nome de Arde Fero, “Fero e Soberbo Testa de
Boi”.
Fica ainda para registo futuro o tocador de rabel, representado numa das cornijas da Senhora da Orada em Melgaço.
domingo, 9 de setembro de 2012
terça-feira, 7 de agosto de 2012
Reco-Reco ou Reque-Reque
Haja Vontade! Que a madeira se talha dando forma ao intento.
Uma das raízes de Arde Fero arreiga fundo nos trabalhos artesanais, a falta de dinheiro para comprar instrumentos nunca foi um obstáculo, pelo contrário foi um incentivo à construção de instrumentos próprios, muito rudes por sinal, mas com sons únicos e emersos de identidade.
Em boa verdade a musicalidade da sabedoria do povo (Folk Lore), está na inspiração de tudo aquilo que está (ou não) ao alcance, mesmo nos tempos mais difíceis. Na falta de instrumentos, muitas das nossas musicas eram acompanhadas por percussão de instrumentos de trabalho, sacholas, ancinhos, machadas, tudo servia para acompanhar o canto. Os mais habilidosos iam nas horas vagas fazendo os seus próprios instrumentos, flautas, tambores e tudo mais que a habilidade e a imaginação alcançasse, tomava forma para a foliada. Uma coisa é certa, a tradição oral (cantada ou não) subsistiu, quer acompanhada por instrumentos requintados quer acompanhada por instrumentos da "laboura"... pelo que mais uma vez vos digo Haja Vontade!
Seguindo a ramada do faça você mesmo, muitos dos instrumentos musicais que se fazem ouvir em Arde Fero, são de construção própria, responsáveis pelo folgo único da sonoridade de cariz arcaico regional.
Afastado desde algum tempo para cá das lides artesãs, lá se encontrou tempo para a construção de mais um instrumento para o espólio de Arde Fero.
Eis o Reco Reco, desta feita com a cabeça de um reichelo.
O Reco-Reco ou Reque-Reque, apresenta pelo Minho variadas formas e feitios, sendo um idiofone fricativo toma função na tocata, como marcador de ritmo através da fricção com uma cana rachada.
Não raras as vezes o Reco-Reco é o estandarte do grupo a que pertence...
E Siga a Rusga!
Não raras as vezes o Reco-Reco é o estandarte do grupo a que pertence...
E Siga a Rusga!
domingo, 24 de junho de 2012
TOJO... o guardião de granito
domingo, 17 de junho de 2012
GARRANO
As geadas e ventos frios que fustigam a serra geresiana, não demovem nem afastam o rustico equino das fragas e das encostas inclinadas. Robustos, membros curtos e crinas fartas, pescoço grosso, perfil côncavo, pelagem grosseira castanha escura sendo comum manchas brancas na cabeça e patas, eis o garrano o formidável equino da alta montanha.
Firmando os cascos com confiança nos terrenos mais irregulares, para alcançar os matos rasteiros, tojo e carqueja , que lhe servem de sustento ao longo de toda a serra.
Em sentinela está o garanhão, atento a vultos, ruídos e cheiros suspeitos, cabe-lhe manter a união e segurança da manada. O lobo não dá tréguas por estas bandas e apesar das alcateias terem diminuído o numero de efectivos pela constante perturbação humana, continua mortífera a sua forma de actuar.
Não raras as vezes se encontram carcaças de garranos espalhadas entre o mato e fraguedo, sinal certo de que andou por ali lobo.
Porém perante a ameaça a manada não se mostra indefesa, criando círculos em volta das crias distribuem coices para afastar os indesejados. O garanhão pode mesmo investir ferozmente sobre a ameaça, seja ele lobo ou homem.
Robusto e pequeno, é um parente próximo dos póneis do Norte da Europa, contudo enquanto o mundo generalizou a designação poney, nas terras da Callaecia permaneceu o termo garrano o qual tem idêntica raiz céltica.
Que melhor montada poderia haver para trilhar os acidentados montes da Callaecia, o uso do garrano pelo homem tem um longinquo primórdio, quer como alimento, montada ou tracção para os trabalhos agriculas, consta até que foi com recurso ao garrano que D. Afonso Henriques tomou a conquista de Portugal.
sexta-feira, 1 de junho de 2012
Ponte da Cava da Velha
terça-feira, 1 de maio de 2012
segunda-feira, 9 de abril de 2012
sexta-feira, 30 de março de 2012
quarta-feira, 28 de março de 2012
terça-feira, 27 de março de 2012
O Castro das Guerreiras Aladas
Entre um Inverno seco e um inicio de Primavera sem chuva,
encontra-se mais do que mil motivos para o assalto aos cortiços, para ver se
está tudo conforme e seguindo o devido curso. Apesar do tempo
ter trocado as voltas, pelas margens do Rio Cavus as coisas seguem o seu ritmo
dentro da possível normalidade.
As minhas guerreiras patrulham a zona na lida habitual,
aparentemente este ano será um ano com muito mel, eis algumas delas na produção
do precioso sangue solar.
Revi algumas fotos arquivadas e encontrei este rarissimo panorama, são cortiços tipicos da Callaecia cercados por uma muralha de pedras a que chamamos silhas. As silhas tinham por função afastar os animais selvagens dos cortiços nomeadamente o urso ibérico. O estado de conservação de algumas das silhas espalhadas pela Peneda-Gerês levam a pensar que o urso ibérico patrulhou o território muito além da data de 1650 da nossa era, data essa apontada para sua extinção por estas terras.
Revi algumas fotos arquivadas e encontrei este rarissimo panorama, são cortiços tipicos da Callaecia cercados por uma muralha de pedras a que chamamos silhas. As silhas tinham por função afastar os animais selvagens dos cortiços nomeadamente o urso ibérico. O estado de conservação de algumas das silhas espalhadas pela Peneda-Gerês levam a pensar que o urso ibérico patrulhou o território muito além da data de 1650 da nossa era, data essa apontada para sua extinção por estas terras.
terça-feira, 13 de março de 2012
Prímula
sábado, 4 de fevereiro de 2012
sábado, 7 de janeiro de 2012
Achega Solar
“A uma Deidade com Cornos e Colhões de Ouro”
Quando a besta aos nossos olhos ascende a um totem de força, vigor, virilidade, herança e prosperidade, passando ela mesma a ser a honra e orgulho do povoado… caiem então as fronteiras que separam os géneros… homem e besta possuídos por uma força transcendente das leis naturais, comungam num mesmo círculo.
Forças colossais chocam frente a frente, numa comunhão de suor e sangue, na lavra de força bruta que ascende ao apogeu em sucessivos ciclos da achega de bois… indo ainda mais além numa Achega Solar… aquando da morte do Boi velho… nascerá o Boi novo…
E a herança perdura, e os cornos ressoam...
E a herança perdura, e os cornos ressoam...
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